9 de nov. de 2010

Cotado para Ministério da Fazenda foi professor de Dilma e é obcecado por trabalho

Se depender de afinidade com a presidente eleita, Dilma Rousseff, e do grau de dedicação ao trabalho, Luciano Coutinho, atual presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), é nome forte para o Ministério da Fazenda. Ele é daqueles que chega para trabalhar às 7h da manhã e não volta para casa antes das 22h. Detesta entrevistas, não fala mal de colegas, não se mete em controvérsias e odeia cigarro.

Coutinho foi nada mais, nada menos do que professor de economia de Dilma na Unicamp e costuma aconselhá-la sobre temas que vão da política industrial à infraestrutura. Está no comando do BNDES desde 2007 e não gosta que lhe perguntem sobre a possibilidade de assumir a vaga de Mantega - faz parte de seu caráter prudente.


Uma das principais razões de sua afinidade com a presidente eleita está no perfil desenvolvimentista de suas ideias - traço que não o torna o nome preferido do setor financeiro para a Fazenda. Coutinho teve papel importante na solução formulada pelo governo para enfrentar a crise econômica que arrasou boa parte das economias mundias a partir de setembro de 2008.

Foi ele, ao lado de economistas do Banco, que viajou a Washington no início da crise e voltou de lá com o panorama do tamanho da encrenca e com parte do dignóstico. Era outubro e já não havia mais dinheiro circulando no mercado internacional para emprestar às empresas. Em dezembro, o Tesouro Nacional repassou R$100 bilhões para o BNDES irrigar o crédito, e depois mais R$ 80 bilhões, já sob críticas de endividamento excessivo do governo, com a emissão de títulos públicos. Mas o choque de crédito acabou se mostrando eficiente, apesar de provocar divergência dentro da própria equipe econômica.

Coutinho esteve ao lado de Dilma nos temas e projetos que a presidente eleita considera mais importantes: desde o programa do pré-sal ao planejamento da controvertida hidrelétrica de Belo Monte. Além de ser um dos autores da diretriz governamental segundo a qual o Estado deve promover a internacionalização das empresas mais fortes do país.

É credencial que não acaba mais. O ingresso de Luciano Coutinho na Fazenda ou até em outro posto de primeira linha da equipe econômica só dependerá da costura política final do novo ministério. E será da cota da presidente Dilma.

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