O deputado Bira do Pindaré subiu ao plenário da Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (24/02), e apresentou um pedido de requerimento à Casa. O objetivo do parlamentar é a obtenção de informações no Tribunal de Justiça sobre a tramitação do processo que analisa o assassinato do líder quilombola do povoado Charco, Flaviano Pinto Neto, que levou à prisão do fazendeiro Manoel Gentil Gomes, essa semana e, de maneira tão célere, a sua soltura.
O quilombola foi assassinado em circunstâncias ainda pouco esclarecidas, no dia 30 de Outubro de 2010, no município de São Vicente Ferrer com sete tiros na cabeça. De acordo com os movimentos sociais Manoel Gentil é fazendeiro – grileiro e foi preso terça-feira (23/02). “Essa notícia repercutiu, mas, em menos de 24 horas, esse fazendeiro, que é acusado de ser mandante desse crime já estava solto, em menos de 24 horas”, denunciou Bira.
O parlamentar aproveitou o espaço para relatar a triste realidade dos despossuídos de terras no Estado do Maranhão, e, em particular, das comunidades quilombolas. Há anos os moradores do povoado Charco vem reivindicando seus direitos mais fundamentais de posse das terras onde vivem. “E há, inclusive um processo que anda a passos de tartaruga, no Incra e nunca se resolve. E, por essa razão, o Incra também está sendo acionado pelo Ministério Público Federal um ano antes da morte do Flaviano. Casas foram destruídas por ordem judicial, que geralmente são céleres quando é contra o povo, mas são lentas, quando favorece o direito da nossa população”, denunciou o deputado.
O acusado de efetuar os disparos que levaram o quilombola a morte é Josué Sodré Sabóia, que seria chefe de um grupo de extermínio que já teria assassinado 16 pessoas. Bira encerou o pronunciamento alertando a sociedade e os outros deputados da volta da pistolagem ao Maranhão. “É a volta da pistolagem, que ameaça as nossas comunidades, sobretudo as comunidades tradicionais, as comunidades quilombolas, as comunidades indígenas e todos aqueles que resistem e lutam para mudar a realidade do Estado do Maranhão”, concluiu.
Fonte : Assecom AL
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